É quando toda frieza humana se derrete.
Aí as emoções ficam à flor da pele.
Mergulhamos com maior frequência para nos refrescar.
Repetimos debaixo d'água aquele estado de meditação do ventre.
Sim, trocamos a pele, renascemos, ficamos mais suscetíveis a paixão.
O suor é a alma lavada como choro em forma de transpiração.
Ah, não falta inspiração.
Desfrutamos do prazer dos sabores tropicais, do beijo roubado, da nova música que embala nossos corpos.
O coração fica mais mole e o sorriso é quase tão adocicado quanto sorvete de doce de leite.
Na praia, há um incrível espetáculo da natureza cheio de magia.
Do bebê ao bisavô, o encanto é o mesmo. Eles estão iguais no calendário, diferentes na data do nascimento.
É mais fácil perceber a harmonia dos sons das gaivotas em sintonia com o mar, o ruído das crianças atrás da bola e a profundidade da concha junto ao ouvido.
As cores estão tão brilhantes até tarde e a lua cheia é quase um farol de tons sombrios de ternura à noite.
Ficamos acalorados de saudade dos melhores amigos de outras temporadas.
E o vento carrega a areia, os fragmentos de minúsculas estrelas deste tempo cheio de luz.
É o momento de pés no chão.
O termômetro mede a fantasia.
O que voa é a imaginação.
Fica a impressão de uma hora infinita.
E quando a porta se abre, o ruído da dobradiça é cada vez mais forte.
Um show solo composto pela maresia no momento de ir embora.
É porque não queremos enferrujar nosso relógio tamanha alegria.
Mas nas primeiras gotas de chuva despertamos de um lindo sonho.
Lembranças carregadas para sempre e que viveremos de novo quando o próximo verão chegar.
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