A CBF decidiu apostar em Dunga para comandar a Seleção Brasileira até 2008, dois anos antes da Copa Africana. Depois do fracasso do Brasil na Alemanha, a imagem que ficou do time de Parreira foi de um grupo frouxo, incapaz e desunido. As imagens que vimos de Dunga na televisão, logo após o anúncio de que ele seria o técnico, eram do capitão xingando Ronaldo, Cafu, Rivaldo, Roberto Carlos. Era como se tudo aquilo que tínhamos vontade de dizer aos jogadores fosse traduzido por aqueles gritos e gestos de Dunga, o Zangado.O Zangado de que falo poderia ser aquele do filme da Branca de Neve, dos 7 anões. Pois cabe a Dunga, agora, descobrir quem envenenou a maçã do Ronaldinho Gaúcho, enfeitiçou a vaidade do Ronaldo, e iludiu Cafu e Roberto Carlos de que ainda podem jogar na Seleção.Como um anão garimpeiro, Dunga vai preparar o terreno para Felipão. Fará convocações caseiras, esquecerá um pouco os estrangeiros e será duro com as estrelas que não se enquadrarem ao perfil gaúcho dele de ser. Se ele domou o baixinho Romário, que nem Felipão suportou, caberá ao capitão do Tetra adestrar os atletas rumo ao Hexa.
Como um anão mestre de obras, Dunga vai trabalhar intensamente, observando, buscando, ouvindo e perguntando. Quando for necessário saberá gritar, dar soco na prancheta e chutar o balde longe das lentes, da mídia. Como um anão engenheiro, terá projeto, equipe de trabalho e a caixa de ferramentas à disposição de quem assumir o comando da Seleção em 2008.
E, por fim, como um anão qualquer entre o sete do conto de fadas, sairá de cena no clímax da história para o príncipe encantado reinar na hora em que a branca de neve voltar a rolar em gramados sul-americanos e por fim em solo africano. E que o príncipe seja aquele garoto negro, gaúcho como Dunga - aquele mesmo que já fez ele dançar em pleno Beira-Rio. Sem se esquecer de que no comando de toda a tropa esteja Don Felipon, tão gaudério quanto Dunga e incapaz de envenenar a maça de Ronaldinho como fez a uva do Parreira.
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