O Mário Sérgio que vi jogar em 1979 pelo Internacional é bem diferente que o da casamata, do treinador. O vesgo, olhava para um lado e tocava para o outro com a camisa 11 do Colorado. Lembro bem de um jogo em que ele entrou caminhando com a bola e apenas a deslizou sobre a linha para confirmar o gol e ali parou-a. Como treinador ainda é míope, não viou taça, nem grandes façanhas. A melhor um vice-campeonato da Copa do Brasil para o Figueirense.
O clima andava tão ruim no Beira-Rio para Tite que qualquer mudança era salutar. Por isso, Mário Sérgio vai cumprir um mandato tampão. Disse que atendeu a um pedido do amigo Fernando Carvalho. Portanto, me parece que o comando será de mão dupla. Como a vaga para a Libertadores não é tarefa difícil, desde que o time volte a ter motivação, o novo treinador pode sair consagrado do episódio. Caso embale as duas vitórias que seguem pela tabela, ainda haverá tempo para buscar o caneco. Mas terá que ganhar do São Paulo no Morumbi e do Grêmio no Gre-Nal.
A propósito. Se o Mário Sérgio e o Inter não vencer o Grêmio no Beira-Rio, até mesmo a vaga para a Libertadores correrá riscos pelo novo desânimo e atropelo das manchetes negativas. O mesmo vale para Paulo Autuori no Grêmio. Faz um bom trabalho com as armas que tem, um grupo modesto de jogadores. Agora, o que mais surpreende no Beira-Rio é a cegueira com algumas más avaliações. Andrezinho é um jogador comum, deveria ser banco de D'alessandro e jamais atuar na ala direita. Este setor precisa de velocidade ou força que ele não tem. Taison ou Giuliano sim poderiam ser alas. Kleber pode atuar porque é lateral-meia, desde que tenha uma boa cobertura para seu modesto poder de marcação.
Sandro é da Seleção, mas nunca o comparem com Falcão. É ofender Falcão. É a mesma coisa que fizeram com Robinho e Pelé. Com Guiñazu, Giuliano e D"alesandro forma um ótimo quadrado seja no 4-4-2 ou no 3-5-2. Sem Giuliano, Taison e Edu devem atuar juntos com Alecssandro porque ambos podem compor ataque ou meio. Está claro que não falta marcação ao Inter. Falta ofensividade, velocidade de ataque, sufoco no adversário principalmente no Beira-Rio. E é por isso também que o Alecssandro vive flutuando pelo meio atrás da bola, não joga mais nada e o Inter é alvo de contra-ataques a toda hora. Bola solta na frente é doce de leite para o ataque adversário.
Taison ainda é o melhor atacante do Internacional depois de Pato, Nilmar e Sobis. Fica claro que ele joga sozinho e inseguro perdeu a força a coragem de romper as defesas. Claro que no gauchão era mais fácil, mas é um problema de motivação. Precisa de apoio. D'alessandro, pelo que se sabe, tem problemas de comportamento. Aí falta pulso firme da diretoria. Começa jogando sempre e sai quando está mal e se reclamar manda embora. O Internacional é maior que ele, bem maior. O prório garoto Marquinhos pode ser preparado para jogar no setor. Da zaga do Internacional hoje se salvam Fabiano Eller e Bolivar, quando na zaga. Índio e Sorondo estão em queda de rendimento. Na verdade, é uma zaga madura demais e a idade pesa na hora da marcação para todos os quatro. Sidnei que foi vendido faz falta e Danny Morais vacilou quando teve oportunidade. Ainda falta um zagueiro jovem e de qualidade para jogar com Eller. E as laterais do Inter caíram muito. Hoje, o time não tem goleadores pelos flancos. Ceará, que fora criticado muitas vezes, fazia gols. Jorge Wagner e até o Rubens Cardoso marcavam gols. Como pode o Goiás ter tão bons laterais e o Inter, nem o Grêmio acharem um guri de qualidade para o setor.
O Náutico é um time de qualidade inferior. Mas se congestionar o meio-campo pode deixar Andrezinho e D'alessandro sem ação para o ataque do Inter. Se o vesgo enxergar o jogo, logo verá que só um poderá jogar, jamais os dois. Muito menos três volantes defensivos, isso é ridículo. A melhor mudança não é Edu no lugar de Taison, mas Edu na vaga de Andrezinho. E caso D'alessandro siga mal, pode colocar o Marquinhos. Se um dia Mário Sérgio colocar este time em campo e não der certo, juro que mudo de oculista.
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